Sempre digo aqui que o IFE e a Dicta nos trazem várias alegrias, mas normalmente prefiro não citar nomes. Hoje vou fugir a essa regra porque a ocasião assim o requer. Acabei de receber do Bruno Garschagen mais uma de suas colunas, sempre impecáveis, publicadas em Portugal (leiam, leiam!) e tomei dois sustos: o primeiro foi saber que ele está de malas prontas de volta ao Brasil, o segundo foi uma menção à Dicta no final de uma lista que no mínimo me assusta muito.
Não conhecia o Bruno Garschagen antes de entrar na aventura de tocar o IFE e publicar a Dicta. Conhecê-lo foi das boas surpresas disso tudo. Mas, como já disse, realmente me assusta ver a Dicta no meio do que vai abaixo:
“E o Brasil? O país encerra-se nas belezas naturais, na famosa alegria, no Carnaval, no samba, nas belas mulheres, no futebol, na violência urbana brutal? A existência do país, para mim, continua sendo um milagre. Como conseguimos provocar e resistir a tanta coisa?
Mas os milagres, sim, leitores cépticos, acontecem. Machado de Assis é um milagre, assim como o foram e são José e Joaquim Nabuco (pai e filho), José Bonifácio de Andrada e Silva, Frei Caneca, os jurisfilósofos Pontes de Miranda e Miguel Reale, o filósofo Mário Ferreira dos Santos, o escritor Lima Barreto, o compositor e maestro Heitor Villa-Lobos, o sociólogo Gilberto Freyre, o dramaturgo Nelson Rodrigues, o diplomata e ensaísta José Guilherme Merquior, o poeta Bruno Tolentino, o embaixador e ensaísta José Osvaldo de Meira Pena e alguns tantos outros. É igualmente um milagre que tenhamos hoje no Brasil uma revista de alto nível como a “Dicta&Contradicta”.”
Se ele está certo, realmente não sei. Talvez a Dicta seja mesmo um milagre, porque se dependesse apenas de nós do IFE provavelmente ainda estaríamos publicando a revistinha do grêmio – e mesmo assim uma péssima revistinha de grêmio.
a revista é muito boa. mas precisa de uma respiração mais carioca. precisa de alguns analíticos e outros céticos. para rivalizar com os tomistas. a revista é muito boa. um milagre dentre os milagres.
Continuem com o belo trabalho.
Vocês realmente fazem parte de um “milagre” maior que vem acontecendo no país.
Eu incluiria o pessoal do Sétimo Selo e do blog Contra Impugnantes nessa lista.
Ainda vai sair coisa muito boa dali.
Sei que muitos torcem o nariz para o Olavo de Carvalho, mas, apesar de tudo, o homem também é um “milagre” nesse mar de mediocridade.
Sobre Mário Ferreira dos Santos, às vezes eu paro e reflito, e não consigo imaginar como pode um sujeito de tamanha envergadura filosófica ter surgido no Brasil.
Acho que poderiam distribuir melhor a carga da leitura (para quem, como eu, gostar de ler em seqüência e vários ensaios de uma só vez), intercalando textos menores ou mais leves entre os mais pesados e extensos.
Concordo com o Renan.
Parabéns!
“Nunca antes neste país tivemos uma revista como essa dos companheiros da “Diga e não-diga”
Pois é, concordo com o Renan, mesmo, mas sinceramente, também concordo com o Kiraly, um ar mais carioca não ia fazer mal… era o ar que o Bruno tinha, não se levava tão a sério!
Mas, de fato, parabéns!, porque vocês merecem…
Opa… o Bruno de quem falei é o Tolentino, e não o Garschagen.
Amici, muito obrigado pelas observações e elogios!
A lista do Bruno é perfeita. Ou quase… Incluiria dois nomes: Monteiro Lobato e Olavo de Carvalho. O primeiro, com “Urupês”, e o segundo, com seus artigos, são essenciais para compreender este pobre país.
Inequivocamente os dois maiores milagres intelectuais brasileiros nos últimos 40 anos foram Tolentino e Carvalho. Quanto à respiração carioca creio que poderia ter o efeito deletério de afrouxar a high seriously da revista, conduzindo os seus circunspectos autores progressivamente ao relaxamento, ao ócio, ao espírito de bossa nova, ao desmazelo, à ausência de solenidade, à tagarelice e a outros vícios que alguns mineiros que migraram para aqule estado como Carlos Drummond, Afonso Arinos, Otto Lara Rezende, Guimarães Rosa, Paulo Mendes Campos, Murilo Mendes, Autran Dourado, Pedro Nava, Fernando Sabino e outros buscaram em vão erradicar com sua missão civilizatória.
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