Uma das propostas editoriais da Dicta é ser uma publicação, embora independente da Internet (não deixaríamos de existir se a rede mundial viesse a baixo), em contato permanente com ela. A começar por alguns dos próprios autores – penso especialmente em Pedro Sette Câmara e Júlio Lemos -, que mantêm blogues de sucesso.
Outra manifestação do nosso interesse em manter portas abertas com o mundo online é este site, no qual linkamos a artigos de interesse e fazemos breves comentários, sempre abertos à opinião dos leitores que aqui vierem.
Contudo, é preciso admitir, a interatividade que esperávamos entre nós e os leitores (e a internet é valiosa especialmente por permitir isso) ainda não tem sido devidamente estabelecida. Recebemos muitos emails e cartas de congratulações, elogio e apoio. Cada uma delas, podem ter certeza, é lida e nos causa muito prazer.
Mas uma carta não precisa ser necessariamente elogiosa. Contribuem muito, enormemente, para a Dicta cartas que contenham críticas. Pode ser acerca de um artigo específico com o qual o leitor não tenha concordado, ou acerca da revista como um todo. Desde que a crítica vá além da mera expressão de gosto – “A revista é uma droga. Odiei!” – e dê as razões objetivas para a avaliação negativa, é de uma ajuda inestimável para a nossa melhora, ainda que não cause o mesmo prazer e alegria dos elogios.
Outra forma de contribuição, essa a mais rara de todas, é o envio de um artigo. A preocupação da Dicta é sempre mais com o “o que se diz” do que com o “quem diz”. Claro que sempre procuramos figuras de peso da cultura e da sociedade para contribuir com a revista, seguros da qualidade e do reconhecimento que acompanham suas produções. Mas ao lado de um grande nome há outros inúmeros desconhecidos (como este que vos escreve), tornando públicos seus pensamentos e opiniões para que o mundo os avalie.
Assim, este post é um pedido aos leitores para que intensifiquemos a interação, com comentários, críticas, argumentos e até submissão de artigos e resenhas, que serão todos lidos (mas, devo dizer, não necessariamente publicados) e contribuirão para uma revista cada vez melhor.
Eu faço duas perguntas sobre a revista (que acho que já as fiz antes ou vocês já escreveram aqui):
1) Qual foi a tiragem das duas primeiras edições?
2) Quando (se é que pretendem permitir) será possível assinar a Dicta?
Abraços,
Wagner
Eu até fiz um comentário em meu blog sobre um artigo, e enviei ao Henrique porque havia antes falado com ele… Num é lá grande coisa, mas apenas um feedback… abs!
http://digerindoarte.blogspot.com/2009/03/o-fim-da-arte.html
Além de viver relendo as duas edições da Dicta, frequento este site praticamante todos os dias. E lendo os comentários aqui publicados me chama atenção o grau de relevância do que escreve o senhor Ricardo Leal. Certamente se os editores dos próximos números publicassem um artigo do senhor Ricardo Leal todos sairíamos ganhando.
Suponho que você não esteja brincando ou amigavelmente provocando, Carlos Eduardo – então agradeço a gentileza, mesmo que discorde sincera e inteiramente. 2) No mais, se a interação no internet ainda não está no ponto, me parece a) que vale renovar a aposta, como acaba de fazer o Joel Pinheiro, e b) que não sou o único a tirar bom proveito do que se oferece no site, independente de deixar comentários ou não.
Wagner:
– O primeiro número teve tiragem de 5000 exemplares; o segundo de 4000.
– Quanto a assinaturas, não sei. É um plano nosso viabilizá-las, mas ainda não foi operacionalizado com o distribuidor.
Poxa, pediram pra comentar sobre, mas não tive retorno também no meu… Joel (já te conheci pessoalmente em certa ocasião, talvez você num se lembre), se quiser, eu gostaria que falasse no meu blog a respeito do meu post, sobre o que é ruim no que eu falei, o que é bom, se está fraquinho, etc… Tentarei, na medida de minhas capacidades, falar aqui também…
Tenho uma crítica grave à primeira edição. A cor amarela da capa não condizia com o conteúdo lúgubre da mesma. “Kafka à beira do Abismo”, “A Política da Morte” e um texto deste coveiro disfaçado de filósofo de nome Luiz Felipe Pondé. Por incrível que parece o texto que me pareceu mais alegre foi a transcrição das últimas aulas de um moribundo. Sei que querem combater o falso otimismo Iluminista ou algo parecido, mas bem que podiam dedicar uma edição à celebrar a vida.
Caro Vinicius:
Para a sua crítica ter alguma razão, antes de tudo seria interessante explicar o que vc quis exatamente dizer com a sua boutade “um coveiro disfarçado de filósofo”, epíteto que deu ao Luiz Felipe Pondé. Afinal de contas, queremos críticas consistentes, não epigramas.
Cordialmente,
Martim Vasques da Cunha
“Por incrível que pareça”
Ricardo Leal,
Não estou brincando, nem amigavelmente provocando. Você pode discordar, naturalmente, mas o interesse em ler ensaio seu, de fôlego, é cada vez maior. Acho original essa forma de escrever enumerando tópicos.
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Quanto a cores de capa: posso estar enganado, mas é possível que a Dicta que está no prelo traga uma capa preta e muitos ensaios de conteúdo apocalíptico por conta desse negócio chamado “crise financeira americana (mundial?)”.
Ao contrário do que espera o Vinícius de Oliveira, acredito que será a edição mais “pesada” , mais “negra” até aqui. Quero muito estar enganado. By the way, temo por aumento do preço de capa.
Crise.
Não se fala noutra coisa…
A capa da terceira edição será – em homenagem a vocês sabem quem – vermelha.
Heh, crítica anotada, Vinícius. O equilíbrio entre morte e vida ainda está sendo encontrado.
O preço de capa, salvo engano, segue inalterado.
Sr. Martim Vasques da Cunha, creio que você não percebeu o tom de brincadeira de minha “crítica”como Joel Pinheiro. Admiro a seriedade do trabalho de Luiz Felipe Pondé que conheci através desta revista e achei muito belo o texto em específico que citei. Não foi minha intenção insultá-lo, só não resisti a usar aquela expressão. Acho que ele cumpre com muita competência o necessário papel do coveiro-filósofo. E reconheço que há beleza nos textos lúgubres, músicas deprê, clipes do The Cure e na narrativa de um sofrimento (alheio principalmente), mas nunca em dias nublados. Também não sou a favor do otimismo ingênuo como diz Júlio Lemos (http://julio-lemos.blogspot.com/2009/05/e-huuns-e-outros-todos-fallavam.html) afinal sei dos sofrimentos desta vida.
Por fim, acho que o equilíbrio a que se refere Joel Pinheiro já foi atingido no segundo volume que abre com uma fulgurante entrevista do maestro Minczuk, da qual destaco o trecho:
“Na verdade, para mim ele [Wagner]
é uma prova de como Deus é justo. O sol brilha sore todos, justos e ímpios, assim como a chuva cai para todos. Wagner é um gênio, tem esse dom genial, tem esse dom genila, e isso é independente das escolhas que fez, de como usar esse talento e de como ser enaquanto pessoa. O ser humano faz escolhas, tem a liberdade de escolher o rumo que vai tomar. E nem por isso a música dele deixa de ser absolutamente genial, uma música divina.”
Caro Vinicius:
Obrigado pelo esclarecimento. Mas fique trânquilo: eu sei muito bem quando é uma brincadeira ou quando não é. O problema é que sua expressão poderia ser interpretada como um epigrama sem nenhum humor.
E, peloamordeDeus, não me chame de “senhor”. Sei que vc tentou ser irônico, mas não estou tão velho assim para não podermos conversar como iguais.
Um grande abraço do
Martim
Por falar em Wagner, o filósofo inglês Roger Scruton escreveu um belo artigo sobre o grande compositor intitulado “Wagner: moralist or monster?”, publicado na “New Criterion” em fevereiro de 2005. É preciso ter acesso ao arquivo da revista, entretanto.
Saiu na última “Philosophy Now” uma resenha de um livro que acho que mereceria um artigo/resenha/comentário na “Dicta & Contradicta”.
Trata-se do livro “Transcendence and History”, de Glenn Hughes, no qual o autor se baseia em dois filósofos já comentados nas edições da “Dicta”: Voegelin e Lonergan.
Caro Wagner:
Sua recomendação foi anotada. Obrigado pela dica!
Abraços,
Martim
Consegui uma cópia do segundo número essa semana por alguma coisa como 13 dinheiros. Viva a Saraiva e seus descontos absurdos. Prometo que depois de ler mando uma cartinha comentando.
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À parte isso, o que os senhores acharam da resposta uspiana à Dicta, a revista Serrote?
Ah, Bruno, somos muito suspeitos para falar!
Claro, não há uma opinião “institucional”, da Dicta, sobre a serrote. Cada um de nós deve ter suas opiniões.
Não que eu não ache o tema da comparação entre as duas bom, mas aqui não é o lugar adequado. Deixo aos leitores o encargo da comparação crítica entre Dicta e serrote.
Moro no exterior e visito o site com alguma regularidade. Fui ao Brasil em Março e tentei achar a revista nas bancas. Não consegui. Por que? Edições esgotadas? Venda em locais específicos?
Caro Cláudio:
A revista é comercializada somente em livrarias, não em bancas. Vc pode encontrá-la nos links que existem na coluna esquerda do blog – e que o dirigem para os sites da Livraria Cultura, Livraria Saraiva e Martins Fontes. Aviso também aos navegantes que agora pode-se encontrar a Dicta nas filiais das Livrarias Laselva – ou seja, antes de pegar o seu avião para aquele negócio ou aquela viagem importante, leia a Dicta; faz bem à mente e ao espírito (momento de autojabaculé que, se ninguém faz, eu faço).
Abraços,
Martim