Para não dizerem que eu sou injusto com a posteridade dos mortos, lá vou procurar mais encrenca com esta história de “quem-foi-e-quem-não-foi-nazista-e-como-isso-interefere-na-sua-magnífica-obra-de-arte-ou-filosófica”.
Se antes era o tio Heidegger e a tia Arendt, agora vamos para o vovô Sibelius.
Para ser mais respeitoso, Jean Sibelius, provavelmente ao lado de Gustav Mahler o maior compositor sinfônico do século XX – na humilde opinião deste melômano amador.
O motivo disso tudo é a publicação de um artigo que revela dados assustadores de que vovô Sibelius poderia ser mais do que um mero observador do Nazismo.
Bem, eis mais um exemplo de moral luck que ronda por aí.
Leiam o artigo e reclamem na caixa de comentários, por favor.
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Alex Ross no link abaixo, “The Rest is Noise”, trecho sobre o radicalmente conservador JS. No sexto parágrafo de baixo para cima, alusão ao nazismo em registro semelhante ao da resenha linkada no post – até onde consigo ler, nenhum indictement taxativo do homem da valsa triste.
http://www.therestisnoise.com/2007/07/sibelius-chapte.html
Bem, pelo menos o Mahler – também em minha opinião o maior compositor sinfônico do século XX – está fora dessa! Nasceu judeu e morreu “cristão”…
Celebration time – também quero a quarta Dicta – mas já que o post alude à amiga do Heidegger, forço um pouco a barra para linkar esta coleção de três ensaios, um deles sobre “Eichmann in Jerusalem”. “Prima facie”, as referências parecem interessantes, inclusive para quem se interessa por aquele tema antigo e ainda novo, anti-semitismo à esquerda. O autor estrutura um ensaio sobre o tema como história de detetive… Coloquei na minha interminável lista de leituras-por-fazer. O primeiro link é para resenha publicada no Haaretz em 2007, quando lançaram em hebraico. O segundo é para a Amazon-uk, onde começam a vender a recém-lançada tradução para o inglês. http://www.haaretz.com/hasen/spages/865505.html
http://www.amazon.co.uk/Books/s?ie=UTF8&rh=n%3A266239%2Cp_27%3AElhanan%20Yakira&field-author=Elhanan%20Yakira&page=1
E just in case: o texto no Haaretz é muito irônico e nada simpático para com o autor dos ensaios. Mas o debate sobre a matéria pode ter lá seu interesse, pois não?