E nada como ler uma entrevista com Geoffrey Hill, nosso velho conhecido, à revista Standpoint, e ter como brinde alguns poemas inéditos como amostra de seu próximo livro, Oraclu, a ser publicado no segundo semestre na Inglaterra.
No meio da conversa, Hill solta esta pérola de assustadora lucidez sobre as relações entre poesia e democracia:
Art, he believes, has “a right to be difficult” if it so wishes. “Cogent difficulty, that yields up its meaning slowly, that submits its integrity to the perplexed persistence of readers of goodwill, is one of the best safeguards that democracy can have.” Why? Because “tyranny requires simplification…Propaganda requires that the minds of the collective respond primitively to slogans of incitement. And any complexity of language, any ambiguity, any ambivalence implies intelligence. Maybe an intelligence under threat, maybe an intelligence that is afraid of consequence, but nonetheless an intelligence working in qualification and revelation…resisting, therefore, tyrannical simplification.
Outro momento impagável é quando ele pergunta ao entrevistador, que é um de seus melhores amigos desde a adolescência, se quer assistir mais um episódio de Prime Suspect, clássica série de TV policial produzida na Inglaterra e que tem como atriz principal ninguém menos que Helen Mirren, que, antes de ser a Rainha Elizabeth, foi também isso aqui, olhem só:
Ou seja, poeta que é poeta também adora uma sitcom ou uma boa trama policial. E gostar de mulher, é claro.
“God save the queen!”. Nada, em matéria de poesia — e de crítica de poesia –, tem-me deslimbrado tanto, nos últimos tempos, quanto good old Geoffrey. Quem sabe um dia não aparece um perfil de GH na D&C? Se não houver ninguém melhor, estou à disposição…. Abraço. E.
Pingback: Tweets that mention “But H Mirren is super” | Dicta & Contradicta -- Topsy.com
Subscrevo o que diz o Érico, um perfil de Hill na revista cairia muito bem.
Outra sugestão:
Já que o bardo está vivo, por que não uma entrevista exclusiva para a D&C?