Finalmente a polícia fiscal se prestou a algo útil. Encontrado por acaso, na Itália, o local provável da tumba do imperador Calígula, famoso por sua insanidade. Um contrabandista tentava carregar uma estátua do imperador em seu caminhão quando foi capturado e obrigado a revelar onde a tinha encontrado.
Antes que você exulte de alegria com uma notícia tão bombástica, contudo, leia com calma as ponderações céticas da clacissista Mary Beard.
O governo italiano começou as escavações imediatamente; em breve saberemos.
Se a estátua foi achada no local onde Calígula possuia uma vila (certamente luxuosa e ostentatória) é provável que lá houvessem muitas estátuas dele e algumas fossem enterradas pelo passar dos séculos.
Quanto ao funeral, não duvido que tenha sido bastante condizente com um imperador querido pelas massas e pelos soldados como era o caso de Calígula.
Basta dizer que os aristocráticos oficiais assassinos foram presos, julgados e executados por um senado acovardado diante das ferozes exigências dos soldados amotinados e da populaça revoltada com o assassinato do seu louco adorado ídolo.
As crônicas de Suetônio não merecem grande credibilidade porque, mais do que um historiador, ele era um cronista de escândalos, e seus escritos, amplamente lidos e rentáveis, nada mais foram do que precursores dos modernos tablóides.
Mesmo imperadores austeros e frugais como Augusto e Vespasiano foram vítimas da sua impiedosa maledicência, que tanto sucesso fazia entre um público ávido por escândalos sexuais. A humanidade sempre foi igual
Esqueci de dizer que o comentário anterior se refere à matéria escrita pela Mary Beard e indicada no post.