Meu xará Joel Marks, em artigo na Philosophy Now, desfere bons argumentos contra o conseqüencialismo. Um texto simples e convincente, na minha opinião. Contudo, ele parte de uma suposição infundada, a de que existem apenas duas possibilidades para a ética: conseqüencialismo ou Kant. Como o conseqüencialismo foi, segundo ele, refutado, Kant vence “by default”.
Mas e se a ética kantiana também tiver seus furos e problemas? Isso pouco o preocupa, já que a verdade dela parece-lhe evidente. Para os leitores da Dicta não ficarem presos na díade perversa desse outro Joel, ofereço o resumo bem feito e completo encontrado na Stanford Encyclopedia of Philosophy da ética de Tomás de Aquino, representante de uma outra corrente de pensamento, diferente tanto do conseqüencialismo quanto de Kant (e superior à elas!).
Joel,
Desculpé-me por pegar carona nesse post para colocar dois “off-topics”:
1 – Não seria possível o site da Dicta disponibilizar um instrumento que apontasse as últimas mensagens postadas, pois percebi que às vezes alguem coloca uma mensagem num post antigo e dificilmente será lido, pois não está mais na “primeira página” do site;
2 – Artiguinho chinfrim esse do Raymond Tallis nessa edição da Philosophy Now, né?
Olá, Wagner. Pode pegar carona sem problemas!
1- Olha, essa é uma ferramenta que eu adoraria ver no site. Vou ver com os membros mais tecnológicos se é possível.
2- Pois é. Eu até pensei em fazer um post com esse texto, pois no começo parece sim que será algo mais profundo, mas no final das contas decepciona bastante.
Se ele dedicasse mais espaço e pensamento à análise de porque o conceito de Deus seria contraditório, poderia ser um bom artigo, e daria sim uma boa discussão. Mas ele quis fazer apenas uma caricatura e afirmar, sem base, que trata-se de uma monstruosidade risível ou algo que o valha.
Que a imagem que ele tenha de Deus, uma entidade com uma séria de propriedades afixadas nela, seja pobre e filosoficamente problemática, isso é perfeitamente admissível, pois é isso de fato que passa por Deus em muitos textos (tanto ateus quanto teístas). Mas que ele parta disso para uma rápida e displicente rejeição e ridicularização do conceito bota tudo a perder. Até o problema do mal aparece no meio da listagem dele, e em menos de uma linha já passa-se para outra “falha” da idéia de Deus.