Enquanto o mundo esquerdopata chorava a morte de José Saramago, a notícia mais importante do verdadeiro mundo literário passou em branco aqui no Bananão. É o fato de que Geoffrey Hill foi escolhido como o Professor de Poesia na Universidade de Oxford, uma cátedra que, para nós do FEBEAPÁ não significa muita coisa, mas para os ingleses significa simplesmente o topo no quesito ” clássico da língua”. Em outras palavras: Hill tornou-se oficialmente, e sem que tivesse puxado o saco de nenhuma patota ideológica, o maior poeta vivo da língua inglesa, e ficará lado a lado com Keats, Wordsworth e Coleridge quando obviamente se for desta para melhor.
Se vai ganhar ou não um Nobel no futuro, pouco importa. O que importa agora é ler, por exemplo, o pequeno texto de Erico Nogueira sobre as reflexões de Hill a respeito de Ezra Pound – e, claro, se puder, comprar imediatamente os Collected Critical Writings do atual bardo e lê-los sem se preocupar se a literatura pode ou não desafalecer graças aos Saramagos da vida.
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Abraços,
Henrique Santos
Martim, meu caro, não entendi nada.
“Hill tornou-se oficialmente […] o maior poeta vivo da língua inglesa, ficando lado a lado com Keats, Wordsworth e Coleridge”
Keats, Wordsworth e Coleridge são poetas vivos ou foram Professores de Poesia em Oxford?
E os demais poetas vivos de língua inglesa que foram Professores de Poesia em Oxford antes do Hill (e.g., Paul Muldoon, Seamus Heaney) são oficialmente o quê?
Caro Guilherme:
Obrigado pela observação. Realmente, a frase estava equivocada. Já consertei-a – e espero que a emenda não fique pior do que o soneto.
Sobre Heaney e Muldoon, tenho de dizer que Hill é superior aos dois. Heaney fez coisas lindas – como North e Station Island – mas depois se tornou um poeta da ONU, parecido com a inflação midiática que sofreu Saramago.
Já Muldoon confesso que li pouco e o que li não me entusiasmou. O Nelson Ascher o recomenda abertamente, e eu deveria ir atrás, e quem sabe farei isso no futuro, mas não agora.
E é muito bom ter leitores como vc, que pegam no nosso pé de forma correta e sem a malícia das viúvas de Saramago…
Abraços
Martim
Prezados,
desculpe ser o chato – e pegar no pé da forma errada -, mas nao havia uma regra costumeira de liberar o texto integral sempre que uma nova edicao fosse publicada?!
Obrigado!
Martim, a emenda ficou melhor. Acerca de Muldoon e Heaney, o que eu quis dizer e não disse com a clareza que a elegância exigia foi que, se há outros poetas vivos que ocuparam a posição de Professor de Poesia em Oxford, não compreendo como Hill possa ter sido, particularmente em razão dessa cátedra, reconhecido oficialmente como o maior poeta vivo, ainda que o mereça ou merecesse.
Caco, a política de liberar o texto integral continua, mas, como sempre, ela se dará gradativamente, ao longo de algumas semanas.