E não é que os conservadores americanos adoraram quando David Mamet, o renomado dramaturgo que era o queridinho da elite liberal de Nova York, confessou-se como um reaça de primeira e escreveu um livro para exprimir a sua nova visão-de-mundo: The Secret Knowledge?
Bem, a alegria durou pouco. Segundo Scott Galupo, da revista The American Conservative, Mamet apenas mudou a chave do interruptor. Se antes ele era um esquerdista fanático, agora ele se tornou um direitista fanático:
The literary critic James Wood once described a certain kind of freshly adopted religious commitment this way: “It is like entering prison: you must turn out your spiritual pockets and hand over all your inner belongings, even your shoelaces.” Well, Mamet has handed over his shoelaces, voluntarily stripped, and appears eager for a cavity search.
He isn’t just a rich man who has soured on paying taxes, as some liberal detractors have charged. He’s not just a professional dramatist who cares deeply about the English language, wincing every time he sees and hears it mangled by the enforcers of political correctness.
No, Mamet ventures far out of his comfort zone in this book. With startling self-assurance, he informs us that “polar bears are not, in fact, decreasing but increasing in population; the earth is not, in fact, warming.” And: “Carbon dioxide is not harmful to the atmosphere. There have, in the past, been periods, much colder than today, when the CO2 in the atmosphere was twenty-five times what it is today. Carbon emissions offer no threat whatever to the planet.”
How can Mamet possibly know this with such certainty? How much has this “reformed Liberal” thought about climate science at all? Whatever one’s opinion of global warming, and of the environmental movement more broadly, is it not obvious that Mamet is clutching a new holy book and believing everything in it as a matter of course?
Contudo, o grande erro de David Mamet não é a decisão de se engajar em qualquer ideologia política. Seu erro está em permitir que qualquer ideologia contamine a arte que pratica. Ainda não temos nenhum exemplo concreto que Mamet deixou isso acontecer em suas peças ou em seus filmes, mas, seja o grande dramaturgo americano, seja um diretor brasileiro como José Padilha – que agora vai fazer consultoria de imagem para o deputado Marcelo Freixo, do PSOL – nenhum artista pode permitir que cometa esse erro fatal. Os políticos vão se deliciar, mas quem perde de verdade é a sociedade, que não tem mais em quem confiar para refletir sobre o real como ele é.
Não sabe dessa do Padilha. Justo aquele que antes era odiado, mas agora amado pela esquerda? É o milagre de um segundo filme que fez de um humanista esquerdizóide o grande pilar da moral política.
Sempre achei a “cartilha” da direita tão ridícula quanto a da esquerda.
A pior obra de arte é a obra “engajada”. Não é claro que as obras de Mamet fossem de “esquerda” ou de “direita”. Oleanna, de 96, portanto bem anterior à sua guinada política, era já bem anti-feminista e contrária ao politicamente correto.