“Intellectual elitism, as much as an appreciation of Aristophanes’s bawdy humour, is the glue that binds Hellenists together—stoked, in some schools, by a feeling of official neglect or hostility from peers.”
Trecho tirado de um artigo na Economist sobre o estudo do grego clássico atualmente. Ponto interessante: como fica o estudo de uma língua morta (mas clássica) no mundo globalizado? Afinal, nos dias de hoje, a história gloriosa da Europa antiga parece apenas mais uma. É mesmo?
Sempre olho as línguas grega e latina como vivas dentro de uma língua como a nossa, e por que não globalizar também o estudo delas? O “estudos clássicos” na escola seria um bom começo…
Estudo Platão e Confúcio no original e nunca senti cisão interna alguma. Para mim nunca contou muito o fascínio de uma ”civilização gloriosa” ou o repertório historiográfico que se possa tirar dela, mas apenas um proveito estético e intelectual localizado seguido de outro. As impressões gerais acabam por se impor, mas eu não as busco. Acredito que a maioria dos estudantes de clássicas seja nominalista assim também: você pode ser atraído em primeira instância por uma entidade maior chamada ”mitologia grega” ou pela idéia dos aqueus suscitada pela Ilíada, mas não pelo prestígio civilizacional dos gregos ou coisa parecida. O interesse do Grego e do Latim próximo ao Sânscrito e Chinês é o mesmo de sempre. Como isso dá em termos práticos, numa universidade estrangeira, sei lá.
Nietzsche me parecia um filólogo com o mesmo tipo de atitude estética antes de dar aquele passo seguinte, em direção ao desprezo completo diante dos ‘estudos clássicos’.
Oi Julio, não creio que Nietzsche jamais tenha se aproximado do desprezo em questão. Ele desprezou, sim, a Filologia, o que é uma burrice até maior.