Um macaco simulado digitou, após um número de anos que supera monstruosamente a idade do universo até o presente momento, a frase que serve de título para este post. Agora eu pergunto: trata-se de um resultado minimamente interessante?
O grande problema com a teoria do macaco digitador, que vocês devem conhecer – a de que, dado um tempo finito, embora monstruoso, ele poderia digitar as obras completas de Shakespeare ou o que for -, é o da finalidade. O macaco não tem, nesse caso concreto, qualquer finalidade em mente. Nós temos. Somos nós que julgamos o seu sucesso ou insucesso, lendo pacientemente aquilo que ele digitou, e isso com a finalidade de comparar o resultado obtido com aquilo que um homem, com a finalidade de escrever uma obra de arte, e que sabia que meios usar para esse fim, escreveu. Uma frase de Shakespeare, assim como um trecho de código genético, tem uma função na realidade que só pode ser julgada por quem pode pensar finalisticamente e está munido das capacidades pertinentes.